O que é, o mude de atitude
Aproveitando ainda a posta do Tiago Alves, sobre o Movimento 560, passo a explicar o por ele considerado, tiques intervencionistas. A frase mude de atitude, é uma frase que se ajusta a uma perspectiva de visão de um povo, que sofre certamente de uma crise de identidade cultural, às vezes talvez até social. Não sou nacionalista, nem tão pouco radical, mas tenho respeito e consideração pelo meu país sem medo de o assumir, um país é um conjunto de culturas, hábitos, formas e estilos de vidas que embora muito diferentes têm uma essência e um ponto de partida muito semelhante, um país é uma comunidade com costumes, representações e modos de ser paralelos em vida social. Quando na comunidade em que vivo muitas das vezes se acha mal e isto a titulo de exemplo, uma quota de música portuguesa nas rádios do seu país, existem logo à partida dois pontos a sublinhar, o primeiro é que nós não conseguimos enquanto sociedade querer esse pedaço, o que prova a rejeição ainda que parcial da nossa cultura, o segundo é que por vezes já se torna estranho para nós ouvirmos a língua que temos, pois é tantas vezes de tal forma marginalizada e superada pela moda internacional, que o português que não for adepto da mesma sinergia exterior, é rotulado de xenófobo (palavras da moda). Eu estou num país em que se houvessem dois leitores de música precisamente iguais com nomes entre “cantigas” e “isound” o primeiro não teria venda alguma, porque o nome seria desadequado, manias de uma mentalidade fraca, que não sabe ponderar certos aspectos que são especialmente seus e de que se devia orgulhar, pois foram os pilares do que somos hoje e pelos quais caminhamos. Estou ainda num país onde se umas calças forem fabricadas numa fábrica têxtil portuguesa com o nome Setas ninguém irá comprar, mas se umas mesmas calças em nível de produção igual, fabricadas nessa mesma fábrica, com um rótulo a dizer Arrows estarão no topo de lista na compra, esta mesma ideia ainda irá servir mais tarde para fundamentar que as calças Setas, não prestavam, ou mesmo que o não fossem, seriam mais caras e não estavam no mesmo nível de competitividade. Estou num país onde se vestir uma t-shirt a dizer “Eu (seguido de um coração) Portugal”, sou saloio, mas que acho bastante giro, vestir ou ver alguém com que diz “I love UK”. Vivo ainda numa comunidade que muito se critica, mas pouco se faz, uma comunidade que gosta de se mostrar depressiva quando devia era levantar a cabeça, uma comunidade que não sabe o que é o valor social, o valor cultural, mas que quer evoluir e ser intelectual como tantas outras que ao contrário de nós começaram por polir e mostrar ao mundo os pilares em que se sustentam actualmente, agora questiono, vamos manter a atitude?
6 respostas 4. Março. 2006